Beth Gomes é tri no Mundial, e Brasil se aproxima de recorde de ouros

Beth Gomes conquistou o tricampeonato mundial com a marca de 17,22m no lançamento de disco F53
Beth Gomes conquistou o tricampeonato mundial com a marca de 17,22m no lançamento de disco F53

O Brasil conquistou duas medalhas de ouro e uma de bronze na sessão da madrugada desta segunda–feira (tarde de segunda no Japão) do Mundial de Atletismo Paralímpico de Kobe. Campeã nas Paralimpíadas de Tóquio, Beth Gomes levou, aos 59 anos, o tri do lançamento de disco F53 (que competem sentados). Rayane Soares também faturou um título, nos 200m T13 (deficiência visual). Verônica Hipólito foi bronze nos 100m T36 (paralisados cerebrais). Com isso, a seleção brasileira de atletismo está a somente duas medalhas de ouro de repetir os pódios dourados que registrou no Mundial de Paris, no ano passado.

A paulista Beth Gomes, de 59 anos, confirmou o favoritismo na prova principal dela, o lançamento de disco F53, e conquistou o tricampeonato mundial com a marca de 17,22m. A distância foi um pouco menor do que o recorde mundial dela na mesma disputa, de 17,80m, feito no Parapan de Santiago 2023.

— Esse título significa muito, minha resiliência e minha vontade de viver. Toda vez que acordo, eu sei que a esclerose múltipla não me venceu. Então, é uma realização esse tricampeonato. Estou muito feliz e gostaria de agradecer a todos que me apoiam — declarou.

Beth já havia conquistado uma prata no arremesso de peso pela manhã do Japão (noite de domingo no Brasil) na prova agrupada das classes F53/F54. A atleta de Santos, que é da classe F53, fez 7,53m e terminou na segunda posição. Ela só foi superada pela mexicana Gloria Guadarrama, da F54, com 8,04m. A uzbeque Nurkhon Kurbanova (F54) terminou na terceira colocação, com 7,48m.

Beth Gomes emocionada abraçando a bandeira do Brasil
Beth Gomes emocionada abraçando a bandeira do Brasil

Já a maranhense Rayane Soares completou a prova com o melhor tempo da temporada nos 200m T13 (24s89). Foi o primeiro título mundial da atleta nesta prova, que nasceu com baixa visão por conta de microftalmia bilateral congênita. Antes, havia conquistado bronze nos 400m em Paris 2023, além do ouro nos 400m e prata nos 200m em Dubai 2019.

Rayane Soares completou a prova com o melhor tempo da temporada nos 200m T13 (24s89)
Rayane Soares completou a prova com o melhor tempo da temporada nos 200m T13 (24s89)

— Treinei para isso. Estava fazendo tempos muito fortes nos treinos, estava melhorando cada vez mais. Então, a nossa expectativa era muito alta. Eu estava muito confiante e consegui. Tem adrenalina, ansiedade e pensamentos negativos, mas eu consegui ter controle e vencer a prova — afirmou Rayane, que ainda vai correr os 400m às 22h55 (de Brasília) da próxima quinta-feira, 23.

A paulista Verônica Hipólito levou a última medalha brasileira do dia em Kobe. A atleta da classe T36 (paralisados cerebrais) completou os 100m em 14s35 e assegurou o bronze. A vencedora da prova foi a chinesa Yiting Shi, com 13s35, o novo recorde mundial da disputa. Essa foi a terceira medalha em Mundiais de Verônica – foi também ouro nos 200m e prata nos 100m em Lyon 2013.

Verônica Hipólito conquista bronze nos 100m T36 com 14s35
Verônica Hipólito conquista bronze nos 100m T36 com 14s35

— Tem ouro que é ouro. Mas tem bronze que também é ouro. Tenho certeza de que esse terceiro lugar é muito importante para mim. Eu cheguei a questionar muitas coisas, o porquê eu ainda continuaria correndo. Tenho uma família e um treinador maravilhosos. Para mim, é um ouro — desabafou.

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